terça-feira, 9 de outubro de 2007

VOLTEI!

ZÉ DO BUSTELO

Muitos me julgaram morto!
Mas apenas me afastei
E vendo tudo tão torto,
Não me contive, … voltei!

Desiludam-se os que acharam
Que o Zé saíra de cena
Pois se em tal acreditaram
São mesmo dignos de pena

Escrevo quando me apetece
Sempre foi o meu cariz
E se há tema que merece
É o caso do Assis

Foi a dezasseis de Maio
Do ano dois mil e três
Em que o dito papagaio
Falou com tanta altivez!

Que motivou no momento
A ira dos clãs do Paço
Gerando-se um movimento
Para lhe acertar o “passo”

Quis varrer mas foi varrido
Sem honra e sem protecção
Chegou muito convencido
Foi corrido como um cão

Nem sequer na sede entrou
Prontinha p’ro receber
Foi na Rua que apanhou
Como se fora um qualquer

Prepararam-lhe um jantar
Que foi servido a preceito
E para nada lhe faltar
O menu era perfeito

Tinha entradas variadas
E “vinhos” da região
Batatinhas salteadas
A acompanhar o Cação

A carne era de primeira
Tão boa que até me “babo”
Vitelinha à Brasileira
Tão “famosa”, ao fim e ao cabo

Assado em forno de lenha
À moda do Zé do
Pelo grande-chefe d’Azenha
Com batatinhas à murro

P’ra desenjoar do molho
Sugeriu o alfaiate
Uma sopa de repolho
Com batata e abacate

Também houve um digestivo
Da vide e bem generoso
Servido com o objectivo
De aquecer bem o piroso

Veio então a sobremesa
Um bom queijo e Pão-de-Ló
Um trouxa-de-ovos nobreza
Mais um docinho da avó

Alguém grita: Oh pessoal
Ninguém arrisca um discurso?
Está aqui mais de um canal
Para filmar aquele urso

Felizes os oradores
Gritaram discursos sérios
À voz dos agitadores
Só falavam impropérios

O conviva em embaraço
Já mal se tinha de pé
Terminou com um bagaço
E o indispensável café

Por “amor” ao convidado
(Quase ninguém acredita)
P’ra ir mais bem “tratado”
Atestaram-lhe a marmita

O pior estava p’ra vir
Era a hora de pagar
Pois ninguém quis assumir
A despesa do jantar

Deu-se então a confusão
Com as ideias compostas
Sem contentor nem vidrão
Puseram-lhe o lixo às costas

Eis que chegou a polícia
Trinta minutos volvidos
Achou não haver malícia
Estavam apenas “bebidos”

Era grande a “embriaguez”
Em pleno Campo da Feira
De azeite com acidez
E “veneno” de Oliveira…

Alguém tinha que pagar
Pois o jantar foi servido
Todos se puseram a andar
E o mártir foi corrido

O dono do restaurante
Instigou o convidado
A levar para diante
Uma queixa pelo passado

Mas o Santinho de Amarante
Visando acender ao Céu
Declinou num instante
Um direito que era seu

Não importa o sucedido
Se era direito ou torto
Não queria ser distraído
Do assalto à Câmara do Porto

O dono do restaurante
A braços com o prejuízo
Decidiu levar avante
Um processo p’ra juízo

Testemunhas, só imagens
Já que ninguém quis falar
Receosos das chantagens
Dos caciques do lugar

Não foi feliz a justiça
Com imagens tão reais!!!
São influências da feitiça
Ou cá o Zé vê de mais?

Bem à moda portuguesa
Quem se “lixa” é o mexilhão
Quem manda fica em beleza
Aplaudindo a decisão

Três são o bode expiatório
P’ra justiça ser cumprida
Mais quem paga e o do escritório
Lá da esquina da Avenida

Quanto aos casos a julgar
Vão ter um final feliz
Não há mais nada a esperar
É o Zé quem vo-lo diz.

1 comentário:

p.c.r. disse...

Sem comentários! Fabuloso!

Desejo-lhe que muitas mais se sigam!

pcr