sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O PAÍS DA FANTASIA

Às vezes é bom sonhar.

Ser criança novamente!
É tão bom, p’ra desligar
Do mundo Sempre Presente!


Dum mundo de falsidade,
Tão injusto e prepotente …
No qual gravita a vontade
Só da sua Presidente!!!


Sinto-me livre ao sonhar,
Sem fronteiras ou “grilhões”.
Tenho asas p’ra voar
P’ra longe das confusões.


Estou aqui p’ra vos contar
O que sonhei outro dia.
Vejam só: fui viajar
Pelo país da fantasia!


Em vez de uma bruxa má
A Rainha era tão fixe!
Que eu gritei chegado lá:
“Viva a Rainha fetiche”


Tive, em tão bela viagem
Atribuída p’ro prémio
A melhor camaradagem
Pois, convidei o meu Grémio.


Cada Zé, se lhe convinha,
Entrava numa paragem.
E o encontro com Rainha
É só no fim da viagem!


O primeiro dos primeiros
Foi o Zé primo do Zé.
Deu entrada nos Pinheiros
De Caramos veio a pé!


Junto à segunda paragem
Dos Aceres, lá bem pertinho
Pronto p’ra seguir viagem
Já lá estava o Zé Povinho!

Na paragem do Castelo,
Conhecido por “das Tílias”,
Entram p’ra alargar o elo
Os Zés de duas famílias!


Um, é o Zé Arqueólogo
Que, atento a qualquer achado,
Nas obras, desde o seu prólogo,
Nunca foi a nenhum lado!


Outro, é o Zé da Avenida
Que, vivendo ali à beira
Deu-lhe jeito dar partida
P’ra poder escolher cadeira!


Num lugar muito acanhado
Iria sentir-se mal.
Tem de ser desafogado
Pelo volume cerebral!!!


Na paragem das Palmeiras
De calhamaço e caneta,
Profetiza baboseiras
Ao entrar o Zé Profeta!


Chegou a vez cá do Zé.
Como tal, deveis sabê-lo,
P’ra dos Choupos fui a pé,
Que é a mais perto do Bustelo!


Nas Glicínias, a seguir,
Entrava o Zé do Pinoco.
De esperar, estava a dormir
Sentado junto a um toco!


Entrou o Zé do Boné
Na paragem dos Carvalhos.
De todo o Grémio do Zé
Fui um dos maiores … bugalhos!


Bem-vindo ao Zé Mexilhão
Que nas Olaias entrou.
Em lixar-se é campeão
Já o meu Avô falou!!!

Eucaliptos finalmente,
Encerra as nove estações.
E o Zé Povinho, contente,
Entrou coçando…Camões!!!


Inda falta o Zé Ligeiro,
Lembra alguém em euforia!
Ele é um tipo porreiro,
Por certo não faltaria!


O que se terá passado
P’ra não estar aqui co’a gente?
Com o autocarro atrasado,
Certamente foi na frente!


Para além de ser ligeiro
É muito observador,
É um Zé muito matreiro!
E vê tudo com rigor!


Ele não falta à recepção
Onde a Rainha nos espera.
Só não entrou na ilusão
De um passeio que não era!


O transporte não existe!
Como tal, não há viagens!
Quem será que ainda resiste
Sem queixas nas paragens?!


É que as paragens estão lá,
Roteiro e dias marcados!
Quem pensará que não há
Os passeios indicados?!


Quanto aos nomes das paragens
E aos respectivos locais,
Apenas falsas imagens
Que são de todo irreais!


Não ligando à fantasia,
O Grémio Zé do Bustelo
Na mais perfeita harmonia
Dirigiu-se p’ro Castelo.


Dona “Fetiche” a Rainha
Com a sua corte, de pé,
Com toda a graça que tinha
Deu as boas-vindas ao Zé!


Houve festa, foguetório,
Comida e vinhos a rodos,
Ciclismo, parlatório,
Beijos, promessas para todos!!!


Fez questão, naquele dia,
De agradar o Zé com o prémio.
De criara a Confraria
Em detrimento do Grémio?


Para além de ser “Confreira”
Deixou claro que não quer
Como uma tal Brasileira
O título de Chanceler!


Foi criada a Confraria.
E, num acto de boa fé,
Eleito por maioria
O Chanceler é o Zé!


Estava tudo muito lindo,
Como nunca imaginei!
Mas, de repente, tossindo,
Estava na cama! Acordei!


Recordando o que vivi
Nesse mundo virtual,
É o que se passa aqui,
Quanto ao turismo local!


A Rainha é que é diferente!
Mais do tipo Bruxa má!
É teimosa, prepotente!!!
É o que temos por cá!!!


Quanto ao Parque da Cidade
Lá bem no alto do Monte,
É triste, mas é verdade,
Que não jorra qualquer fonte!


E os bebedouros espalhados?
Digo eu, com muita mágoa
Estão todos avariados
E ninguém bebe lá água!


Custa-me ver caminhantes
Com garrafinhas na mão.
Quando me lembro que dantes
Davam água e hoje não dão!


Na parte nova é pior.
Não há sombras, nem torneiras!
E nos dias de calor
Tudo foge de Felgueiras!


Há lá um parque infantil
Só p’ras noites de calor
Alguns vêm do Brasil
Para lá fazer amor!


P’ra bem de todo o conjunto,
Ex-libris da cidade,
Deve ser dada ao assunto
A maior prioridade.


Falo dum mundo real
E não dum sonho feliz
De uma loucura total
É o Zé quem vo-lo diz!


Acabem lá com a mentira
Das viagens impossíveis,
Só quero ver se alguém tira
As placas tão visíveis!!!...