segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Tanta obra realizada…


Terminadas as vindimas
E guardado o vinho mosto,
Cá estou eu com as minhas rimas
Versando o tema proposto.

Tantas obras prometidas!!!
Onde estão? Pergunta o povo!
Só promessas coloridas,
Não se vê nada de novo!

Pelos menos, é o que parece
Aos olhos do cidadão,
Que não vê o que acontece
No seio da governação.

Uma gestão consumista,
Danosa para o Município!
Não há verba que resista
Sem governo e sem princípio!

Só marketing e promoção
Em detrimento do resto!
Assim, com toda a razão,
Apresento o meu protesto.

O concelho está em “off”
Por tal gestão infeliz,
Continua o regabofe,
É o Zé quem vo-lo diz!!!

Dei por mim a imaginar
Um filme elucidativo:
O modo de trabalhar
Do actual Executivo.

São sete os protagonistas
Que têm estatuto de artistas.
Três, simples malabaristas!
E três são pára-quedistas.

O outro, se quer saber,
O principal da estorinha
É uma simples mulher
Que se assumiu por rainha!

Só ela é quem quer e manda.
Todos a temem por lá!
Maltrata, pisa, desmanda!
Encarna a rainha má!

Esteve em estágio no Brasil,
Não sei se a aprender macumba!
Mas regressada ao “Covil”
É só pimba, catrapumba!!!

Enganou tanta gente
Com um belo manifesto.
Foi eleita presidente
Mas marimbou-se pró resto!

Com o poder de feiticeira
Nas cortes municipais,
Arranja sempre maneira
Para enrolar os demais.

Com tamanha prepotência
Ninguém ainda a fez parar!
Brinquemos à presidência,
Vejamo-la a funcionar:

Um dia a oposição,
Com calma e muito cuidado,
Quis tratar na reunião
Do que fora programado.

(FF) Mas qual o quê meus senhores?!
Não estejam tão enfadados.
Conheço os meus eleitores,
Gostam de ser enganados!

(LL) Mas existe o “Compromisso”
Da campanha eleitoral!
(FF) E eu ralada com isso
São crentes no Pai Natal?!

O engenheiro aturdido
E vermelho como o peru:
(LL) Quer dizer que o prometido
Enfiou-o no…no… baú?!

(FF) Não sei pra quê chatear-me,
Ai se me sobe a mostarda!
Não vai conseguir moldar-me
Nem com uma Lima bastarda.

Foi a vez do comandante
Relembrar obras vitais:
(C) Uma ETAR tão importante,
Estradas municipais….,

(C) A piscina da paixão!
O Palácio da Justiça!
Obras que em primeira mão
Que senhora trouxe à liça!

(FF) Está maluco meu amigo,
Que ideias hilariantes!!,
Preocupo-me é comigo
E as farras com os apoiantes!

(FF) O resto passou à história.
Isso do fez ou não fez…
O povo não tem memória,
Votava em mim outra vez!!!

(FF) A piscina? Não merecem!
Desejei-a muito um dia!
Mas já que não reconhecem,
Nadem em banho-maria.

(FF) Se eu pudesse eclodiria
A que existe e nos orgulha!!!
Só assim admitiria
Que “sou mesmo uma grande pulha”!

(FF) Quanto à estrada do Marinho,
Ficou muito bem assim.
Bem sabe que o fulaninho
Não me foi fiel a mim!

(FF) Um palácio da justiça?!
Pra quê gastar tais dinheiros?
Pra me fazerem (in)justiça
Serve o quartel dos bombeiros!

(FF) Quer que construa outra ETAR?
Que arrebente a actual pelos tampos.
E se alguém não se aguentar
Que vá obrar para os “Campos”!

Entrou em cena o doutor
Já farto daquela seca:
(DR.) Vamos de mal a pior,
Já vejo o estádio careca!

(DR.) Tanta falta de respeito,
Que eu não acho nada ético!
Quando vai levar a efeito
O tal relvado sintético?

(DR.) Dizia-se que era em Agosto,
Fim de Outubro…francamente!
Deve ser mesmo a gosto
Da Senhora Presidente!

(FF) Não perca tempo com crítica
Por coisas tão comesinhas.
Deixe-se lá de política,
Vá tratar das criancinhas!

(FF) Posso até ser prepotente
Não vou conceder mais baldas.
Enquanto eu for Presidente
Não faço mais um das Caldas!

(FF) Nem vale a pena protesto
Pois é minha a liderança.
Já rasguei o manifesto,
Só quero agora vingança!!

Riem-se os malabaristas
Sempre que a rainha fala.
Saem os pára-quedistas
Sentindo-se a mais na sala.

E então, sem fazer alarde
Para não gerar confusão,
Numa atitude cobarde
Não vão tomar posição?!

Sou bem tolo! Eu sabia!
Deve pensar cada um:
(V-PSD/PS) “Sem pelouro... em minoria...
Ela não me liga nenhum!”

Com um sorrisinho canalha
Falou ela de imediato:
(FF) Livres daquela escumalha,
Vamos a vias de facto:

(FF) As rotundas estão despidas.
Que dirá quem por cá passa?
Temos de tomar medidas
De preferência de graça.

Os Reis governam os seus reinos.
Portanto, sem alarido.
(HR) Vamos ao campo de treinos
E o caso está resolvido!

(HR) Se o estádio já não tem relva
O campo fica parecido.
E quando for uma selva
É mais fácil ser vendido!

(HR) Dará sempre uns bons tostões,
Algum pra nós à partida.
A não ser que “Os Milhões”
Nos possam estragar a vida!!!

(HR) Mais um grande hipermercado
Fica lá que é uma beleza,
Devidamente aprovado
Para graça de Sua Alteza!

(FF) Muito bem Senhor Doutor,
Pode sentir-se orgulhoso!
Brindemos, mas com licor
Porque o seu vinho é perigoso!!!

Após resposta a sessão
Falou de novo a rainha:
(FF) Estou farta de uma questão
Que me dá cabo da pinha!

(FF) Prometi distribuir
Trezentos e sessenta mil contos,
Estou cansada de ouvir
Aqueles trinta e dois tontos!

(FF) Pagar p’ra que façam obra?
Era só o que me faltava”
O dinheiro não me sobra
Senão, eu bem o gastava!!!

(FF) Eles bem podem berrar…
Eu não lhes passo cavaco!
Penso mesmo edificar
O tal “Maço de Tabaco”!

(V-SP) Isto mesmo, bela malha,
É a decisão aprovada!
É assim que a outra maralha
Vai ver que não risca nada.

(FF) Sinto-me tão ofendida
Como um honrado gatuno,
No dia em que fui proibida,
De comprar a casa do Nuno!

(FF) Eu ganhava um dinheirinho
Como faz qualquer nobre!
Dava-me um certo jeitinho
E não punha ninguém mais pobre!

(FF) Eles não esperam pela demora
Por tudo o que me fizeram…
Estou-lhes com uma raiva agora,
Vão ver com quem se meteram!

Queria mama a interesseira!
Desta vez perdeu aos pontos
Mas há-de encontrar maneira
De ganhar os 50000 contos.

É batida no ofício
E tem muita habilidade!
O facto é que esse edifício
Foi vendido pela metade!

Sem ninguém lhe fazer frente,
Continua tudo bem.
Ele sempre omnisciente,
Os outros dizendo ámen!

Mas não se pense contudo
Que são anjinhos leais
Há sempre um desejo mudo
De querer subir algo mais….

Ela bem deve saber
Os bons amigos que tem
E que por certo hão-de querer
Algum retorno também

Mas com essa convivência
Todos têm a ganhar.
Só precisam de paciência
Pra ninguém se chatear

O Brunito, pobrezinho,
Que não se passa de um capacho,
Sendo herdeiro do paizinho
Só quer segurar o tacho!

Abusa da confiança
Com um à vontade, canudo!
Traz pra autarquia a criança
Com direito a ama e tudo!

O Garçon vai trabalhar,
Não por aquilo que fez!
Mas serve para acautelar
A ascensão do número três!

Não foi recrutado à toa,
E deve ser bem astuto!
Para proteger a Patroa
Vai querer cobrar tributo!

O Camisas, interesseiro,
Mais fino do que parece,
Fartinho de ser terceiro
Já pisca o olho ao P.S.

Aqui, em primeira mão,
Esta notícia é lançada!
E a fonte de informação
Veio do próprio emanada!

Da mesma fonte irradia,
Que a nossa rainha agora,
Ameaça que qualquer dia
Bate a porta e vai-se embora!

Isto parece um THEATRUM!
Mas que grande “FORUM” este!
Trinta mil contos de factum
Valem as luvas que veste!!!

Ele vendeu bem o voto
Perante instâncias legais!
Mas que negócio maroto
Para enriquecer ainda mais!

Uma estrutura de “IMPACTO”
Mesmo juntinho à Igreja!
Considerando esse facto,
Não haverá quem tal veja?

Ninguém controla afinal,
A bem da população,
Quem nos governa tão mal
E fica sem punição?

Verbas botadas ao vento
Em festas e eventos tais.
Adia-se o saneamento
E obras fundamentais!

E com tal loucura ao rubro,
Só pra causar sensação,
O dia 5 de Outubro
Foi só mais uma ocasião!

Ergueu uma grande barraca
Pra acolher os convidados
Merecedores de uma placa
Por méritos alcançados!

Um lindo e branco chapéu
A dita coisa cobria.
Pensei: “- Olha lá que lindo véu
Pra enfeitar a autarquia!”

Resolvia, e com leveza,
Um erro tão comentado.
Dava uma certa beleza
E ocultava o espelhado!

Outra festa?! Ainda me lembro,
Teve o seu auge em Sendim!
Aconteceu em Setembro
E a história passou-se assim:

Reuniu-se a Confraria
Dos Vinhos da Região,
Para com pompa e magia
Fazer a entronização!

Lindas fardas, a estrear,
Pra todos os entronizados,
Pró município pagar?
Devemos ficar calados?!

Muito havia pra dizer,
Por hoje vou-me calar.
E quando me apetecer
Voltarei para “ajudar”!

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Hoje acordei bem disposto...


Hoje acordei bem disposto
E em casa, no meu conforto
Tal como havia proposto
“Ofereço” um vinho do porto.

A história que vou contar,
Verdadeira, não é léria!...
É para Agente pensar
Pois envolve gente séria!...

Tão séria, que o comandante
E guarda do material,
Ocupa cargo importante
No elenco Municipal!

Não é um cargo qualquer!
Pois tem douradas divisas!
Na terra, se quer saber,
Tem por alcunha “o camisas”.

Então, o que se passou
E que deve ser contado?
Chamadas que alguém escutou
Mal foram feitas de lado!

Segundo o Zé apurou,
Não interessam a ninguém! (?)
Mas a Pê Jota visitou
Na fábrica um armazém.

Tanto Porto Contrafeito!
Pura falsificação!
Mas rotulado a preceito
Na máxima perfeição!

Directamente envolvido
Na rotulagem das vinhas,
O Dito, ao ser surpreendido,
Puxou pelos seus Pergaminhos.

Tem jeitinho pró direito
Que não levou afinal
Não precisou, paro o efeito,
De medicina legal!




O seu título de doutor (?)
Ajudou bastante nisto.
Por falso, ainda é pior
Que o primeiro-ministro!

Declarou ser inocente:
“Num fui contrabandista!
Mixordeiro! Francamente!
Acham assim tão artista?”

“Sou um homem respeitado
Um conhecido empresário
Autarca muito estimado,
Não sou um qualquer vigário!”

“E os selos?” Perguntou
Um polícia algo intrigado.
“Todos falsos! Já pensou,
Quanto ao fisco foi roubado?!!”

“Não sabia”, disse ele!
“Pensei ser tudo legal
Ponham-se na minha pele
É produto nacional!”

“Vinho bom!, não me desminta,
Um verdadeiro tesouro!”
“Só se for da sua quinta
Sobranceira ao Rio Douro…”

“Diga lá: Mas afinal,
Para quê tão grande stock?!”
“São prendinhas para o Natal.
Dá à empresa outro enfoque!”

Um vinho de qualidade!
Uma camisa! Excelente!
“Mas com tanta quantidade
Embebeda toda a gente!”

“Cheira-me a negócio sujo
Metido neste baralho!”
“Compro por grosso, não fujo,
As sobras vendo a retalho.”

“E se houver algo ilegal
A culpa não será minha.
Fui enganado. Afinal
Eu nem sabia o que tinha!”

“E nunca fui produtor,
Não tem nada haver comigo!”
“Calminha senhor doutor
Já está preso o seu amigo!”

“Gente boa! Na prisão
Construí um alambique.
Faz água-ardente. E então,
Precisa que lhe explique?”

“Com qualquer fruta excedente
(Deixou a todos confusos!)
Pois com uma bela água-ardente
Embebedou os reclusos!”

“Esse sim, um socialista,
De facto Sempre Presente!
Um preso nada egoísta,
Amigo de toda agente”!

“Não esta só o senhor doutor,
Há muitos mais envolvidos.
São, a contar com o senhor
Duzentos os arguidos!”

Apesar das evidências
O caso foi arquivado,
Não sei se por influências
Do vinho que foi levado!

Entretanto, soube o Zé,
Extraíram-se certidões,
Que indicam até
Existirem mais razões…

Foi com muita pena minha
Que ao saber disto pensei:
“Nunca tive uma prendinha
Nas camisas que comprei!”

O que vale é a Cooperativa
Ter bons vinhos para vender.
Uma boa alternativa
Com a bênção do chanceler!

Mais um caso conhecido
Entre tantos no país
Em que ninguém vai punido
É o Zé quem vo-lo diz.

Pela experiência acumulada,
Num ramo que dá pastel,
Sugiro a nossa pomada
Com a marca “Fatifel”!

Por hoje termino então,
Pois acho que tenho dito,
Saudando a iluminação
Do palácio de granito.

O meu blog está a chegar
P’ra me lerem mais e mais
Na próxima irei falar
Das obras municipais.

Depois de tão longa ausência...

Depois de tão longa ausência
Estratégica, ou por opção,
Esgotou-se-me a paciência
Vendo as coisas como estão…

Entendi chegada a hora
De voltar à minha crítica,
Já que as sondagens agora
Dão mudanças na política!

Sinto o cheiro da mudança!(?)
Pois que nada foi cumprido.
Esfumada toda a confiança
Por Ela nos ter traído.

O Concelho está parado!
Não se vê investimento!
Sobe o valor facturado
Da água e saneamento!?

Estamos todos a pagar
Para aumentar a poluição?!!
E sem ninguém contestar
Nem sequer a oposição?!!

São esgotos a céu aberto
Por todo o lado, à vontade!
Um deles aqui tão perto,
Em plena “Portas da Cidade”!

Que matam a fauna e a flora,
Poluindo os lençóis freáticos!
E que incomodam quem lá mora
Com seus cheiros aromáticos!

Belo cartão de visita
Junto ao palco dos eventos!
É vergonhoso e irrita
Ver isto nos pagamentos!




Feira de Maio passado
Com milhares a passear
E a barraca do fado
Montada nesse lugar!

A confraria do Vinho,
Depois os “Avós e Netos”,
Sorvendo aquele cheirinho
Viam passar os dejectos!!!

E ainda outros eventos
Até a volta a Portugal!
Que pensa nesses momentos,
Quem nos visita, afinal?!

A televisão esteve cá,
Pois é isso o que ela quer.
Se a gestão é boa ou má,
Não preocupa a mulher.

Passeios e jantaradas,
Revistas e foguetório,
São despesas que somadas
Dão um grande relatório!...

Aposta tudo na imagem,
Só depois vem o Concelho,
Pois conta com a vassalagem
Que lhe rende o aparelho.

Foi lindo na televisão
Ver a Dita, tipo artista,
De sapatinhos na mão
P’ra calçar o jornalista!

Ela quis mesmo calçá-lo!
Era p’ra ele o presente.
Recusou! Que grande galo
Apanhou a Presidente!




Seria lindo esse seu gesto,
Servia bem os seus fins!
Mas mais lindo ao cabo e ao resto,
Era pôr-lhe a Ela uns patins.

Ou uma bicicleta,
Na qual ganharia aos pontos
Justificando na meta
Ter gasto uns cem mil contos!!!

Será lícito esbanjar
Recursos municipais,
Para o povo castigar
Com impostos mais e mais?!!

Pergunto aos senhores deputados
(Que nisto são tão culpados!):
Não se sentem envergonhados
Por serem uns pau-mandados?

Foram eleitos pelo povo
Que sempre aspira o melhor,
Não se vê nada de novo
Vamos de mal a pior!

Vendem-se por tudo e por nada
Pensando que vão lucrar!
Caem na teia tramada
De quem os sabe levar!

Acuso alguns presidentes
De Juntas de Freguesia,
Que à custa de alguns “presentes”
Venderam-se, quem diria!!!

Basta de crerem nas Estórias
Que lhes impinge a Faticha,
Que a pretexto das Vitórias
Vai à conquista da Lixa!




Pode ser por devoção.
Mas dou-vos esta premissa:
Que “pelo sim, pelo não,
Até lá assiste à missa!

A festa quer controlar,
Ser vista e ser chamariz,
Ser popular para reinar,
É o Zé quem vo-lo diz!

No Jornal de Figueiró,
Com a caneta na mão,
Falou da Lixa e não só
Visando mais projecção!

Parece mesmo obsessão.
Tanta vaidade e mania.
Que pediu nova edição
Do Boletim da Autarquia!!!

Para distribuição total
Sem crítica e sem percalço,
Junto à “Volta a Portugal”
E do certame do “Descalço”!

Tudo isto é muito dinheiro
Que não foi orçamentado!
Como vai o Tesoureiro
Ver isso justificado?!!

E assim, airosamente,
Gastando verbas à toa,
Nunca é a presidente
Controlada por Lisboa!!!

Por hoje vou terminar,
Estou cansado. Quase morto.
Quando voltar vou falar,
Do caso “Vinho do Porto”.

VOLTEI!

ZÉ DO BUSTELO

Muitos me julgaram morto!
Mas apenas me afastei
E vendo tudo tão torto,
Não me contive, … voltei!

Desiludam-se os que acharam
Que o Zé saíra de cena
Pois se em tal acreditaram
São mesmo dignos de pena

Escrevo quando me apetece
Sempre foi o meu cariz
E se há tema que merece
É o caso do Assis

Foi a dezasseis de Maio
Do ano dois mil e três
Em que o dito papagaio
Falou com tanta altivez!

Que motivou no momento
A ira dos clãs do Paço
Gerando-se um movimento
Para lhe acertar o “passo”

Quis varrer mas foi varrido
Sem honra e sem protecção
Chegou muito convencido
Foi corrido como um cão

Nem sequer na sede entrou
Prontinha p’ro receber
Foi na Rua que apanhou
Como se fora um qualquer

Prepararam-lhe um jantar
Que foi servido a preceito
E para nada lhe faltar
O menu era perfeito

Tinha entradas variadas
E “vinhos” da região
Batatinhas salteadas
A acompanhar o Cação

A carne era de primeira
Tão boa que até me “babo”
Vitelinha à Brasileira
Tão “famosa”, ao fim e ao cabo

Assado em forno de lenha
À moda do Zé do
Pelo grande-chefe d’Azenha
Com batatinhas à murro

P’ra desenjoar do molho
Sugeriu o alfaiate
Uma sopa de repolho
Com batata e abacate

Também houve um digestivo
Da vide e bem generoso
Servido com o objectivo
De aquecer bem o piroso

Veio então a sobremesa
Um bom queijo e Pão-de-Ló
Um trouxa-de-ovos nobreza
Mais um docinho da avó

Alguém grita: Oh pessoal
Ninguém arrisca um discurso?
Está aqui mais de um canal
Para filmar aquele urso

Felizes os oradores
Gritaram discursos sérios
À voz dos agitadores
Só falavam impropérios

O conviva em embaraço
Já mal se tinha de pé
Terminou com um bagaço
E o indispensável café

Por “amor” ao convidado
(Quase ninguém acredita)
P’ra ir mais bem “tratado”
Atestaram-lhe a marmita

O pior estava p’ra vir
Era a hora de pagar
Pois ninguém quis assumir
A despesa do jantar

Deu-se então a confusão
Com as ideias compostas
Sem contentor nem vidrão
Puseram-lhe o lixo às costas

Eis que chegou a polícia
Trinta minutos volvidos
Achou não haver malícia
Estavam apenas “bebidos”

Era grande a “embriaguez”
Em pleno Campo da Feira
De azeite com acidez
E “veneno” de Oliveira…

Alguém tinha que pagar
Pois o jantar foi servido
Todos se puseram a andar
E o mártir foi corrido

O dono do restaurante
Instigou o convidado
A levar para diante
Uma queixa pelo passado

Mas o Santinho de Amarante
Visando acender ao Céu
Declinou num instante
Um direito que era seu

Não importa o sucedido
Se era direito ou torto
Não queria ser distraído
Do assalto à Câmara do Porto

O dono do restaurante
A braços com o prejuízo
Decidiu levar avante
Um processo p’ra juízo

Testemunhas, só imagens
Já que ninguém quis falar
Receosos das chantagens
Dos caciques do lugar

Não foi feliz a justiça
Com imagens tão reais!!!
São influências da feitiça
Ou cá o Zé vê de mais?

Bem à moda portuguesa
Quem se “lixa” é o mexilhão
Quem manda fica em beleza
Aplaudindo a decisão

Três são o bode expiatório
P’ra justiça ser cumprida
Mais quem paga e o do escritório
Lá da esquina da Avenida

Quanto aos casos a julgar
Vão ter um final feliz
Não há mais nada a esperar
É o Zé quem vo-lo diz.